O objetivo é criar um ambiente que estimule a competitividade entre países e torne o setor atrativo e seguro para os investidores
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e o Banco Mundial fecham parceria para ajudar países em desenvolvimento na estruturação do mercado de hidrogênio. A entidade vai atuar focado na certificação, contribuindo para a definição de critérios para a classificação do insumo como de baixo carbono.
O gerente de análise e informações ao mercado na CCEE, Ricardo Gedra, que esteve na comitiva que representou o Brasil no primeiro encontro na Índia, nos dias 24 e 25 de abril, destacou que o diálogo com outros países também é um passo importante para ajudar o mercado a amadurecer e atrair investimentos do Banco Mundial. A instituição financeira já chegou a investir mais de 5,5 bilhões de dólares nos últimos cinco anos em projetos de energia pelo mundo.
De acordo com a vice-presidente da CCEE, Talita Porto, o objetivo principal é criar um ambiente no mercado global que estimule a competitividade entre países e torne o hidrogênio de baixo carbono um negócio atrativo e seguro para os investidores.
Com isso, a executiva explicou que o convite feito à CCEE é uma oportunidade de defender atributos que podem posicionar o Brasil como protagonista no mercado de hidrogênio e de avançar no trabalho que a Câmara já vem fazendo para estabelecer uma padronização da certificação de energia que será utilizada na fabricação do insumo.
“Uma das nossas principais defesas no âmbito internacional é o uso da energia gerada por hidrelétricas. Essa é uma das maiores vantagens do Brasil, um atributo que pode nos manter na liderança, mas ainda não há um consenso em relação a esse tipo de fonte em outros países”, afirmou a executiva.
De acordo com a Câmara de Comercialização, em 2022 as usinas hidrelétricas representaram quase 80% da energia elétrica produzida no Brasil. Com a oferta complementada por fontes alternativas que seguem em expansão, como geração de energia solar e eólica, 92% de toda a eletricidade consumida no ano passado vieram de fontes renováveis. Foi o maior índice dos últimos 10 anos, resultado que materializa todo o potencial que o Brasil tem no mercado de hidrogênio, na avaliação da CCEE.
A força-tarefa internacional também contará com o apoio do governo do Ceará e de outras entidades setoriais de peso, como o Hydrogen Council, um dos maiores grupos de empresas de energia do mundo, o Hydrogen Europe, que representa o mercado energético europeu, e o NREL, laboratório de energia renovável do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
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