A experiência da mineira Cemig em investir em usinas solares flutuantes, a contribuição de empresas focadas em energias renováveis como a Rio Energy e exemplos de projetos híbridos realizados pela Voltalia são temas que estarão em pauta no Ecoenergy – Congresso Brasileiro de Geração de Energia Renovável, que acontecerá no WTC Events Center, em São Paulo, de 20 a 22 de setembro. Serão 30 palestrantes e a organizadora, Fiera Milano, espera receber 200 executivos da área.
A proposta, diz André Ramos, diretor Executivo da Blue Ocean, curadora do evento, é trazer uma visão mercadológica e regulatória do setor no Brasil, falando sobre mercado, inovação e tendências. “O assunto cresceu, principalmente com os impactos da guerra, da dependência de outras fontes, do preço dos combustíveis e da corrida por novas matrizes. O Brasil tem o privilégio de ter recursos naturais como vento, sol e água, o que o ajuda a ser líder mundial em projetos de energia sustentável, eficiente e rentável”, afirma Ramos.
O diretor de geração e transmissão da Cemig, Thadeu Silva, diz que vai compartilhar o que considera uma nova fronteira em energia renovável. “As usinas solares flutuantes são ainda mais verdes, porque são instaladas em áreas já impactadas pela construção de hidrelétricas”, opina, sobre o uso múltiplo dos espaços. A concessionária busca as melhores tecnologias para os projetos e tem três usinas já aprovadas para implantação em reservatórios de Minas Gerais, que somam 274 megawatts de pico (MWp), e uma quarta também está prevista. A primeira deve entrar em operação em 2025.
O CEO da Rio Energy, Marcos Meirelles, estará no painel “Cenários para uma matriz energética brasileira cada vez mais renovável – a visão dos líderes do setor sobre desafios e oportunidades”. Ele compartilhará experiências da empresa que atua no desenvolvimento, construção e comercialização de projetos de energia eólica e solar e falará sobre o crescimento da matriz elétrica no país, o nível de renováveis e os caminhos futuros.
No painel “Hibridação de projetos de energias renováveis”, a francesa Voltalia apresentará dois exemplos: o cluster Serra Branca, solar e eólico, localizado no Rio Grande do Norte, e o projeto que possui em Oiapoque (AP), que combina uma usina já em operação e uma PCH em construção para substituir a energia gerada por uma termelétrica a óleo diesel que abastece o município de 28,5 mil habitantes no extremo norte do país. Amaury Neto, diretor de gestão de ativos da empresa, afirma que a usina vai descarbonizar a energia utilizada na Amazônia e é o primeiro caso de projeto híbrido no país.
Segundo o Executivo, Serra Branca é um dos maiores clusters de energia renovável do mundo. Com capacidade de 2,4 GW, está conectada ao Sistema Interligado Nacional por uma linha de transmissão de 500 kV com extensão de 50 quilômetros. “O grande benefício das usinas híbridas é a otimização do uso da rede de transmissão. Aproveitamos a sinergia das fontes compartilhando a mesma estrutura para o escoamento da energia”, afirma.
Apesar dos esforços para investir em sustentabilidade, Ramos, da Blue Ocean, diz que há muitas questões regulatórias e ligadas a Preços e custos a serem resolvidas. “Os projetos na área são de longo prazo, assim como os retornos. Há dúvidas por parte dos Investidores sobre como obter as melhores condições. A conta precisa fechar, mesmo com riscos econômicos ou políticos”, afirma.
As energias solar e eólica são as que mais ganharam espaço nos últimos anos e terão destaque no congresso, para nortear discussões e decisões. A intenção é contar também com representantes do Governo federal.
Fonte: aracajuagoranoticias.com.br
Originalmente publicado em:
https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/energias-renovaveis/noticia/2023/06/28/congresso-ecoenergy-tera-inovacao-e-troca-de-experiencias.ghtml